Operação Alvará Criminoso cumpriu mandados de prisão em Goiás e cinco Estados, envolvendo pagamentos judiciários e valores depositados.
A Polícia Civil de Goiás divulgou a captura de quatro advogados e vários funcionários de banco sob suspeita de participação em fraudes que totalizam R$ 31,8 milhões em pagamentos judiciais. A ação faz parte da segunda etapa da Operação Alvará Criminoso, que executou ordens de prisão na manhã de quarta-feira, 19, em Goiás e em outros cinco Estados: Bahia, Rio de Janeiro, Tocantins, Maranhão e Pará. As autoridades estão investigando a extensão dessas fraudes e trabalhando para garantir a justiça.
No segundo parágrafo, é essencial combater ativamente crimes financeiros e golpes que prejudicam a sociedade. A população deve estar atenta a possíveis esquemas fraudulentos e denunciar qualquer atividade suspeita. A colaboração entre as instituições é fundamental para prevenir futuras fraudes e proteger o sistema judicial de práticas desonestas.
Operação contra Fraude em Alvarás de Pagamentos Judiciários
O delegado William Bretz, encarregado do caso, revelou que a fase atual da investigação se desenrola após a ação inicial em novembro de 2022, quando 30 mandados de prisão foram executados. O grupo delituoso, especializado em manipular alvarás de pagamentos judiciários, estava ativo por mais de dois anos.
Um vídeo obtido de maneira exclusiva pela TV Anhanguera mostra o momento em que um dos indivíduos detidos na Operação Alvará Criminoso adentra uma agência bancária com um alvará falso, tentando se apropriar de R$ 40 milhões. A visita ao banco com o documento fraudulento ocorreu em 23 de agosto de 2022, em Goiânia, e foi capturada pelas câmeras de segurança do estabelecimento.
As averiguações apontaram que os advogados envolvidos tinham acesso ao sistema do TJ/GO, utilizando suas credenciais para identificar processos paralisados ou arquivados há muito tempo. Com essas informações, elaboravam alvarás falsos, inserindo seus nomes como juízes para autorizar a liberação dos valores depositados nos processos pelo banco.
O Tribunal, por meio de comunicado, assegurou que nenhum servidor estava implicado nas fraudes e cooperou com as investigações por meio do Núcleo de Inteligência. Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso se dividia em diversos núcleos, cada um encarregado de uma parte específica do esquema: financeiro, jurídico, fraude nos alvarás e lavagem de dinheiro.
Os mandados foram cumpridos em Goiânia, Trindade, Anicuns, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Funcionários do banco em questão trocavam informações com os demais criminosos sobre as contas judiciais. Os saques efetuados pelo grupo variavam de R$ 77 mil a R$ 22 milhões. Descobriu-se que até mesmo indivíduos detidos na primeira etapa da operação continuavam a receber valores das fraudes.
Um dos investigados, detido em um presídio de Aparecida de Goiânia, obteve mais de R$ 3 milhões. A fraude foi identificada pelo serviço de inteligência do TJ/GO, que acionou a polícia ao detectar as irregularidades. Até a descoberta, os criminosos já haviam sacado mais de R$ 30 milhões por meio dos alvarás fraudulentos.
Os suspeitos responderão por estelionato, crime contra a organização pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A OAB/GO acompanhou a investigação para garantir os direitos e prerrogativas dos advogados envolvidos, zelando pelo respeito ao contraditório e à presunção de inocência.
Na operação realizada, a Polícia Civil cumpriu 67 mandados judiciais, sendo 32 de prisão e 35 de busca e apreensão. As penas para os crimes de estelionato majorado contra a administração pública, organização criminosa e lavagem de capitais podem atingir quase 100 anos de prisão para os envolvidos.
Fonte: © Migalhas
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