Rede social usa servidor intermediário para burlar bloqueio de provedores de internet e fica disponível para alguns brasileiros após suspensão por Alexandre de Moraes, do STF.
Após um período de bloqueio no Brasil devido a uma ordem judicial, o X retomou suas atividades no país nesta quarta-feira (18) graças a uma alteração significativa em sua estrutura, conforme informou a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint). Essa mudança permitiu que o serviço superasse o bloqueio imposto anteriormente.
A decisão de suspensão do serviço havia gerado grande impacto entre os usuários, que agora podem voltar a utilizar o X sem restrições. A interdição anterior havia sido uma medida drástica, mas a adaptação da estrutura do serviço permitiu que ele se adequasse às exigências legais e retomasse suas atividades normalmente. Com essa mudança, o X pode agora operar sem a restrição anterior, garantindo que os usuários tenham acesso ao serviço sem interrupções.
Bloqueio da Rede Social: Desafios e Consequências
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a Suspensão da rede social em 30 de agosto após a empresa não cumprir o prazo para indicar um representante legal no país. A Associação Brasileira de Infraestrutura de Redes (Abrint) afirma que o X passou a usar endereços de IP vinculados ao serviço de servidores Cloudflare, e não mais à uma infraestrutura própria. Isso torna mais difícil para as operadoras de internet cumprirem a ordem de impedir o acesso à rede social no país.
A Abrint explica que o novo sistema utilizado pelo X, o Cloudflare, faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços. ‘Diferente do sistema anterior, que usava IPs específicos e passíveis de Bloqueio, o novo sistema [Cloudflare] faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente’, diz a Abrint. Além disso, muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet.
Restrição e Interdição: O Papel da Cloudflare
A Cloudflare é um serviço de proxy reverso, que funciona como um intermediário entre o servidor de um site e o usuário. Ele serve para oferecer mais segurança e melhorar performance para o site. ‘Um proxy reverso reside na frente de um servidor de origem e garante que nenhum cliente jamais se comunique diretamente com esse servidor de origem’, diz a Cloudflare, em sua página. Segundo a Abrint, o uso do serviço da Cloudflare permite que o X tenha mais resistência contra o Bloqueio, já que seus IPs não são fixos e são compartilhados por vários serviços.
Para a entidade, bloquear a Cloudflare ‘significaria bloquear não apenas o X, mas também uma série de outros serviços que dependem dessa infraestrutura, o que poderia afetar negativamente a internet como um todo’. Isso levanta questões sobre a Suspensão e Restrição da rede social, e como elas podem afetar outros serviços legítimos.
Bloqueio e Consequências
A Abrint afirma que as operadoras estão em uma posição delicada e aguardam o posicionamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para entender quais medidas devem ser tomadas. ‘Os provedores não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel, pois um Bloqueio equivocado poderia afetar empresas legítimas’, diz a associação. Procurada pelo g1, a Anatel afirmou que ‘mantém a fiscalização a respeito da ordem de Bloqueio‘ e que ‘o resultado desse acompanhamento é reportado diretamente ao STF’.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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