Indigenistas relatam conflitos em territórios rurais, ataques em áreas reivindicadas, retomadas de drones e comitivas em ministérios indígenas.
Os ataques entre produtores rurais e grupos indígenas persistem no Mato Grosso do Sul e Paraná.
As hostilidades têm gerado tensões crescentes na região, com relatos frequentes de conflitos armados entre as partes envolvidas.
Ataques e Conflitos em Territórios Indígenas
De acordo com informações recentes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os ataques a indígenas e os conflitos em territórios fundiários têm se intensificado. Recentemente, a Comissão Guarani Yvyrupa relatou um cerco a indígenas guarani kaiowá em retomadas de áreas no Mato Grosso do Sul, com risco iminente de despejo ilegal e forçado, além de incêndios criminosos contra o tekoha Tata Rendy, dos ava guarani, no oeste do Paraná.
No Mato Grosso do Sul, especificamente na região de Douradina, as retomadas da Terra Indígena Lagoa Rica Panambi têm sido alvo de ataques constantes. Capangas armados têm acossado as comunidades indígenas, gerando hostilidades e colocando em risco a segurança dos guarani kaiowá. A presença da Força Nacional de Segurança foi solicitada para conter a situação.
Em outra frente, em Caarapó (MS), áreas retomadas na Terra Indígena Dourados Amambai Peguá I foram cercadas por drones e caminhonetes, aumentando a tensão nessas áreas rurais reivindicadas pelos indígenas. Os ataques em bloco têm se tornado uma triste realidade para as comunidades locais.
No oeste do Paraná, na tekoha Tata Rendy, dos ava guarani, os indígenas também enfrentaram cercos e incêndios, agravando ainda mais a situação. Os conflitos têm se espalhado, e a necessidade de intervenção urgente é evidente para evitar mais danos e violência.
Além disso, o povo kaingang da Retomada Fág Nor, em Pontão, Rio Grande do Sul, foi alvo de ataques recentes. Homens encapuzados atiraram contra os indígenas e incendiaram suas moradias, gerando um clima de medo e insegurança. A situação se tornou ainda mais crítica após a decisão das famílias de retornarem para suas áreas tradicionais.
Diante desses conflitos, o governo federal mobilizou equipes dos ministérios dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos e da Cidadania para mediar os conflitos fundiários e garantir a segurança das comunidades indígenas. A presença da Força Nacional de Segurança foi autorizada para manter a ordem nas aldeias indígenas e nas regiões fronteiriças do Mato Grosso do Sul.
Apesar das tentativas de negociação e mediação, a falta de uma resposta efetiva do Estado tem sido criticada pelo Cimi. A necessidade de soluções concretas e de uma abordagem mais assertiva para lidar com os ataques e as hostilidades é urgente. É fundamental que as autoridades públicas ajam de forma decisiva para proteger os direitos e a segurança das comunidades indígenas em meio a esses conflitos cada vez mais recorrentes.
Fonte: @ Agencia Brasil
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