Trabalhadoras negras recebem metade do salário de homens não negros, de acordo com o Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego.
No Brasil, a desigualdade salarial entre homens e mulheres é um problema persistente. De acordo com o 2° Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, apresentado em Brasília, as mulheres ganham 20,7% menos do que os homens em empresas com 100 ou mais empregados. Esse dado é alarmante e destaca a necessidade de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero no mercado de trabalho.
Os ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE) destacaram a importância de combater a discriminação salarial contra as trabalhadoras. Além disso, é fundamental promover a igualdade de oportunidades para o feminino no mercado de trabalho, garantindo que as mulheres tenham acesso a cargos de liderança e salários justos. A igualdade de gênero é um direito fundamental e é essencial para o desenvolvimento econômico e social do país. É hora de mudar essa realidade e garantir que as mulheres sejam tratadas com dignidade e respeito no mercado de trabalho.
A Desigualdade Salarial entre Homens e Mulheres
O Ministério das Mulheres divulgou o 2° Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, que considera os dados informados pelos empregadores na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023. O relatório aponta que houve um aumento na diferença salarial entre homens e mulheres, em comparação ao primeiro relatório, divulgado em março deste ano, que indicava uma diferença salarial de 19,4%. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que a igualdade salarial de gênero para trabalhos iguais é prioridade do atual governo federal e está em discussão em nível internacional, por exemplo, no âmbito do G20, sob a presidência rotativa do Brasil, em 2024, e também na Organização das Nações Unidas (ONU).
A ministra ressaltou que as mulheres são chefes de família em metade dos domicílios brasileiros (50,8% de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese), mas ganham menos 20% do que os homens pelo mesmo trabalho. ‘As mulheres não são apêndice, as mulheres não estão nos cantos e não são as pessoas do mimimi. As mulheres, hoje, são as trabalhadoras, são as que sustentam e as que pensam’, enfatizou Cida Gonçalves.
A Luta pela Igualdade Salarial
A ministra explicou que é preciso mudar a mentalidade de toda a sociedade em relação aos papéis estabelecidos a homens e mulheres, estas, muitas vezes, dedicadas aos serviços domésticos e ao cuidado de outras pessoas. ‘Ainda acham que as mulheres [ganham] é o complemento do salário dos homens. Não é. Nós precisamos convencer as empresas, os homens e todo o mundo que as mulheres, hoje, são aquelas que mantêm suas famílias. O desafio é colocar as mulheres na centralidade do debate’, disse Cida Gonçalves.
‘Esse país precisa incluir as mulheres no seu critério de desenvolvimento econômico, na indústria, no trabalho, na agricultura. As mulheres não são pobres coitadas. Todas elas têm chance, têm condições, se lhes derem oportunidades’, declarou a ministra das Mulheres.
Dados do Relatório
Para o 2° Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) analisou as informações da RAIS de 2023 de 18.044.542 vínculos formais de trabalho, divididos em 10,8 milhões de homens e 7,2 milhões de mulheres. Ao todo, a soma dos rendimentos desses trabalhadores com carteira de trabalho assinada analisados chegou a R$ 782,99 bilhões. A remuneração média desta população ocupada foi R$ 4.125,77.
O estudo revelou que, nas empresas com 100 empregados ou mais, os trabalhadores homens ganhavam, em média, R$ 4.495,39, enquanto as mulheres recebiam R$ 3.565,48. Se consideradas somente as trabalhadoras negras, a diferença de remuneração se acentua. No geral, as mulheres negras ganhavam menos 20% do que os homens negros.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo