A fabricante brasileira vê suas ações recuarem após relatório divulgado sobre a joint venture malsucedida com a Boeing na aviação comercial, com valor de US$ 150 milhões, abaixo das expectativas, e fluxo positivo no buy side.
A Embraer finalmente encerrou a parceria fracassada com a Boeing na aviação comercial, um capítulo que começou em 2017 e foi abruptamente encerrado pela empresa americana em abril de 2020. A decisão teve um impacto significativo na indústria aérea brasileira.
A Embraer, uma das principais fabricantes de aeronaves comerciais do mundo, agora pode se concentrar em suas próprias estratégias de crescimento e expansão no mercado aéreo. Com uma nova direção, a companhia brasileira busca retomar sua posição de liderança. A parceria fracassada com a Boeing pode ter sido um revés, mas a Embraer está pronta para voar solo novamente e conquistar novos horizontes na aviação comercial.
Embraer Conclui Arbitragem e Recebe US$ 150 Milhões da Boeing
A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, anunciou na segunda-feira, 16 de setembro, que concluiu os procedimentos de arbitragem pendentes relacionados ao caso com a Boeing. Como parte do acordo celebrado entre as partes, a Embraer receberá o valor bruto de US$ 150 milhões da Boeing. Essa notícia foi bastante aguardada pelo mercado e foi objeto de um relatório divulgado pelo Itaú BBA.
O relatório do Itaú BBA ressalta que a Embraer não divulgou o valor líquido do acordo e nem o prazo em que o pagamento irá ocorrer. Além disso, os analistas do banco observaram que as expectativas do buy side pareciam ser maiores, mais próximas de US$ 250-300 milhões. Portanto, previram uma reação negativa do mercado. ‘As expectativas do buy side pareciam ser maiores, mais próximas de US$ 250-300 milhões. Então, prevemos uma reação negativa hoje’, escreveu o time de analistas liderado por Daniel Gasparete.
A reação inicial do mercado veio em linha com a previsão do banco. Na B3, as ações da Embraer abriram o dia em queda de mais de 2% e recuavam 4,87% por volta das 11h45, cotadas a R$ 49,40, com a companhia avaliada em R$ 36,2 bilhões. Já em Nova York, as ADRs recuavam 2,84% às 11h05 (horário local). Essa resposta veio na contramão da tendência de forte recuperação cumprida pelos papéis desde 2023.
Embraer: Perspectiva Positiva e Ambiente Competitivo Favorável
No entanto, o relatório do Itaú BBA também destacou que a Embraer tem pela frente um ambiente competitivo positivo, já que a Airbus e a própria Boeing enfrentam desafios com as entregas. Além disso, os analistas observaram que a Embraer tem uma carteira de pedidos nas divisões de aviação comercial e de defesa, além de outros elementos favoráveis, como a melhoria da lucratividade, o potencial aumento do guidance de margem e o fluxo positivo de investidores internacionais que não estavam cobrindo as ações anteriormente.
A Embraer, como uma das principais fabricantes brasileiras de aeronaves, tem uma posição forte no mercado de aviação comercial e de defesa. A companhia tem uma joint venture com a Boeing, que foi estabelecida em 2018, mas que foi encerrada em 2020 devido a desacordos sobre a parceria. A Embraer também tem uma divisão de aviação comercial, que é responsável por produzir aeronaves para companhias aéreas de todo o mundo.
A Boeing, por sua vez, segue tendo que lidar com os impactos de uma crise anterior ao fim da parceria com a Embraer e que teve início com dois acidentes fatais envolvendo seu modelo 737 Max e uma série de desdobramentos que culminaram, entre outros efeitos, na troca de seu CEO, em julho desse ano. As ações da empresa americana estavam sendo negociadas com queda de 1,13% por volta das 11h15 (horário local) em Nova York. A empresa está avaliada em US$ 95,5 bilhões e seus papéis registram um recuo de 40,5% em 2024.
Fonte: @ NEO FEED
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