Lado oculto da Lua guarda segredos; missão Chang’e-6 desvenda mistérios em planícies basálticas e mares com movimento síncrono.
O Lua sempre despertou curiosidade e admiração, especialmente quando se fala sobre o lado oculto da Lua. Esse misterioso satélite natural tem sido alvo de intensas pesquisas e descobertas recentes.
Os cientistas têm se dedicado a desvendar os segredos do Lua, especialmente em relação ao seu lado oculto. A exploração desse satélite natural revela informações valiosas sobre a nossa própria Terra e o universo que nos cerca.
O mistério do lado oculto da Lua
Recentemente, a missão chinesa Chang’e-6 retornou ao nosso planeta com amostras lunares coletadas em uma bacia da região, que serão extensivamente analisadas pelos próximos meses ou até anos. Existe apenas um lado visível da Lua para quem está na Terra; o outro lado é chamado de oculto porque fica sempre virado para longe do planeta. Mas não é apenas por isso que existe um tom de mistério sobre o tema. O local também apresenta uma superfície geológica diferente, com muitas crateras e um número reduzido de planícies basálticas (mares). Ciclo lunar: veja o calendário das fases da Lua para julho de 2024 Sonda chinesa retorna à Terra com amostras históricas do lado oculto da Lua Bilionário japonês cancela primeira missão de voo privado ao redor da Lua Além de ser uma região de difícil observação por natureza, ela também foi explorada pouquíssimas vezes pela humanidade. A primeira vez que a civilização pousou uma sonda não tripulada naquela área ocorreu em 2019, durante a missão Chang’e-4. A segunda vez ocorreu com o pouso do módulo lunar Chang’e-6, neste ano. O que é o lado oculto da Lua? Mirian Castejon, astrônoma do Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, explica que o lado oculto da Lua está sempre fora da observação da Terra porque o satélite natural leva o mesmo tempo para girar em torno do seu eixo e ao redor da Terra. Ou seja, essa região não é visível devido ao comportamento orbital da Lua em relação ao nosso planeta, um fenômeno chamado de movimento síncrono. Como resultado dessa sincronicidade, os observadores da Terra só podem ver a Lua com um lado ‘congelado’ e, aparentemente, sem rotação. É justamente essa influência entre o satélite e o nosso planeta que causa a característica peculiar, mas os cientistas ainda estão tentando entender por que esse ponto lunar é tão diferente. A primeira vez que o lado oculto da Lua foi devidamente observado ocorreu em meados de 1959, após a nave russa Luna 3 fotografar a região. Apesar de também ser popularmente conhecido como ‘lado escuro da Lua’, Castejon afirma que a expressão não está correta, pois o Sol ilumina toda a Lua. Foto do lado oculto da Lua, feita durante a missão Artemis 1. / NASA Uma das grandes diferenças do lado não visível da Lua é a grande quantidade de crateras. Geralmente, as pessoas acreditam que isso ocorre porque este lado está mais exposto aos impactos de rochas que chegam do espaço, mas todos os lados do satélite são impactados da mesma forma. Os atuais dados sugerem que o lado mais distante apresenta uma crosta muito mais espessa, uma característica que pode ter impedido que a atividade vulcânica cobrisse as crateras com lava basáltica. Talvez por isso, esta parte da superfície lunar apresente tantas crateras. Tanto a China como os Estados Unidos pretendem enviar missões tripuladas à Lua em um futuro próximo. A ideia é estudar o nosso satélite com o intuito de construir uma base fixa na Lua. Entender a geologia e os melhores lugares para a fixação de uma base é de fundamental interesse dessas
Missões futuras e exploração contínua da Lua
agências espaciais. A Lua, nosso satélite natural, continua sendo um alvo de exploração fascinante para a humanidade, com seu lado oculto revelando segredos geológicos intrigantes. A missão Chang’e-6 trouxe consigo amostras valiosas que prometem fornecer insights importantes sobre a história e a formação da Lua. Enquanto isso, a sincronicidade do movimento síncrono da Lua continua a desafiar os cientistas a desvendar os mistérios por trás do lado oculto. Com cada nova missão e descoberta, a superfície lunar revela sua complexidade e diversidade, com suas planícies basálticas mares e crateras impressionantes. O futuro da exploração lunar está repleto de possibilidades emocionantes, à medida que a humanidade se prepara para estabelecer uma presença permanente em nosso satélite celestial. A Lua, com seu lado oculto e seu movimento síncrono, permanece como um enigma fascinante que continua a inspirar a curiosidade e a imaginação de todos nós.
Fonte: © CNN Brasil
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