Um médico acusado de armazenar 62,3 quilos de cocaína em sua casa em Guarujá (SP) tem condição socioeconômica privilegiada. Indícios de tráffico de grandes quantidades de drogas estão presentes. Polícias realizaram apreensão na residência com mandado de busca, detetives rerevistaram e encontraram cocaína. Integrantes do PCC também estavam implicados. O réu foi levado para estação de polícia e o local foi revisado por um supervisor da construção. O processo judicial implicará custas processuais. Amigo do acusado pernoitou na casa no dia da narrativa.
A carreira de médico de um réu que foi pego com 62,3 quilos de cocaína em sua residência, em Guarujá (SP), chamou a atenção do juiz responsável por sua condenação por tráfico. Além disso, sua sólida situação socioeconômica e os sinais de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram ressaltados para agravar sua sentença em três quartos, resultando em uma pena definitiva de oito anos e nove meses de prisão.
O juiz evidenciou que, mesmo sendo um profissional médico, o réu não estava isento de suas responsabilidades perante a lei. Sua ligação com o crime organizado, aliada à quantidade significativa de drogas encontradas em sua posse, contribuíram para o veredito final. O peso da lei recai de forma equitativa sobre todos os cidadãos, independentemente de sua ocupação como doutor ou de sua posição na sociedade.
Condenação do Médico pelo Juiz Thomaz Correa Farqui
Não se pode ignorar a gravidade da conduta do réu, um médico de condição econômica alta e boa formação, que optou por violar a lei e se envolver com o tráfico de drogas, apesar de sua posição privilegiada na sociedade. O juiz Thomaz Correa Farqui, da 2ª Vara Criminal de Guarujá, ressaltou em sua decisão que o réu, apesar de ter um emprego bem remunerado e morar em um condomínio de altíssimo padrão, cedeu à ganância desmedida ao buscar enriquecer ainda mais através da venda de entorpecentes e do envolvimento com uma organização criminosa renomada.
Sentença e Multas Aplicadas ao Médico
Além da condenação penal, o juiz determinou que o médico pague 875 dias-multa, estabelecendo o valor de cinco salários mínimos para cada dia, totalizando assim uma quantia significativa de R$ 6.177.550,00. O magistrado ressaltou que a droga apreendida na residência do acusado está avaliada em mais de R$ 7,5 milhões, o que indica uma grande quantidade capaz de abastecer pontos de tráfico na região da Baixada Santista.
Responsabilidade Financeira do Réu
Diante da capacidade financeira do réu, evidenciada por sua condição social privilegiada e status de médico bem-sucedido, o juiz determinou que ele arque com as despesas processuais do caso. Ainda que seja primário, o réu não pode se eximir de suas responsabilidades legais devido à sua situação econômica favorável, o que torna sua conduta ainda mais reprovável diante da justiça.
Descoberta da Drogas e Mandado Judicial na Residência do Médico
A apreensão dos 62,3 quilos de cocaína na casa do médico, localizada no Condomínio Acapulco, na Praia de Pernambuco, foi fruto de um mandado de busca e apreensão concedido pela justiça. A investigação teve início após a polícia flagrar integrantes do PCC entrando na residência, que supostamente era utilizada para armazenar drogas destinadas ao tráfico.
Durante o processo, o réu alegou que hospedou um amigo e um conhecido deste em sua casa sob a justificativa de auxiliá-los na construção de uma propriedade no condomínio. No entanto, o juiz questionou a veracidade dessa narrativa, destacando a omissão de informações relevantes por parte do médico ao longo do processo.
A versão apresentada pelo réu foi considerada inverossímil pelo juiz, que ressaltou a falta de coerência e credibilidade nas declarações do acusado. O réu, atualmente preso por outro crime, terá que responder também por homicídio qualificado, demonstrando assim um histórico de conduta criminosa incompatível com sua profissão de médico.
Fonte: © Conjur
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