Mudanças no comando estatal desencadearam reações tremendas no passado, mas o desempenho na bolsa voltou a crescer. Agora, uma nova alteração no governo pode interferir no programa de investimentos e capacidade de produção?
A Petrobras vivenciou mais uma mudança na sua liderança na noite de terça-feira (14). Jean Paulo Prates foi substituído por Magda Chambriard. Assim como em ocasiões anteriores, as ações da empresa reagiram negativamente à notícia da troca de comando. Mesmo seguindo o mesmo roteiro, é possível que o investidor tenha um desfecho positivo.
No segundo parágrafo, é importante ressaltar que a Petrobras é uma empresa estatal petrolífera de grande relevância no cenário nacional. As decisões de gestão impactam diretamente no mercado financeiro e na economia do país.
Petrobras: Mudança de Comando e Reação na Bolsa
Apesar das dificuldades enfrentadas desde a gestão anterior, a empresa estatal petrolífera Petrobras tem apresentado não apenas resultados satisfatórios, mas também valorização significativa na bolsa de valores. Ainda desfrutando dos frutos do passado, e sob a liderança de Prates, as ações preferenciais da estatal acumularam um impressionante aumento de 90%. Somente neste ano, antes dos problemas surgirem, o crescimento em 2024 já atingia 17% acumulados. Em resumo, ao longo do último governo, as diversas tentativas de interferência na Petrobras, em desacordo com as práticas de mercado, não têm obtido sucesso. A questão que surge é se as mudanças na gestão da empresa realmente impactam seu desempenho a longo prazo.
De acordo com análises, a interferência prejudica, de fato. No entanto, nos últimos anos, outros fatores favoráveis têm se destacado. A incerteza atual é maior do que nunca. Com 12 presidentes da Petrobras nos últimos 20 anos, em comparação com três presidentes da Chevron no mesmo período, surge a questão: será que isso se traduz necessariamente em valorização das ações? Talvez as ações estejam sendo percebidas como mais arriscadas, especialmente a curto prazo. No entanto, ao analisar um período de cinco anos, o desempenho da Petrobras supera significativamente o da Chevron em termos de valorização na bolsa, conforme aponta Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX Invest.
Saravalle atribui esse bom desempenho principalmente aos sólidos fundamentos da Petrobras. Ele acredita que, mesmo com uma nova mudança na liderança, é improvável que a empresa mude drasticamente seu rumo ao longo do tempo. Levando em consideração os fundamentos e a governança, a percepção é de que não haverá grandes alterações na empresa. A Petrobras continuará gerando caixa, possuindo ativos de qualidade e mantendo uma agenda de investimentos para expandir sua capacidade de produção. Assim, apesar do aumento da volatilidade no curto prazo, os fundamentos da empresa devem permanecer estáveis.
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, destaca que a valorização das ações da Petrobras está fortemente ligada ao setor em que a empresa atua. Ele reconhece os pontos fortes da Petrobras, como sua expertise na exploração em águas profundas, mas também aponta algumas fraquezas, especialmente relacionadas ao refino. O mercado, historicamente, não reage bem à interferência política em empresas de capital aberto, e esse cenário não é diferente agora. A valorização das ações ao longo do tempo está mais associada à natureza da commodity do que a fatores internos da empresa. A Petrobras se destaca por seu corpo técnico qualificado e sua excelência na prospecção, principalmente em águas profundas, o que a diferencia no mercado. No entanto, os desafios no setor de refino continuam sendo uma preocupação constante.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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