Ministério da Saúde investe R$ 400 milhões na Rede Alyne, alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, fortalecendo o Sistema Único de Saúde.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um importante passo em direção à redução da mortalidade materna no Brasil, ao lançar a Rede Alyne, uma reestruturação da antiga Rede Cegonha, que visa oferecer cuidados de saúde mais eficazes a gestantes e bebês na rede pública de saúde. A iniciativa busca garantir que as mulheres recebam atendimento humanizado e integral, considerando as desigualdades étnico-raciais e regionais que afetam a saúde materna.
A Rede Alyne é uma resposta ao desafio de reduzir os óbitos maternos e a mortalidade de mães no país, que ainda apresentam taxas alarmantes. Com essa iniciativa, o governo busca garantir que as mulheres tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade, independentemente de sua raça, etnia ou localização geográfica. Além disso, a Rede Alyne também visa promover a mortalidade materna zero, um objetivo ambicioso que exige a colaboração de todos os setores da sociedade. A saúde das mulheres é um direito fundamental e a Rede Alyne é um passo importante em direção à sua concretização.
Redução da Mortalidade Materna: Um Desafio Nacional
A meta estabelecida pelo governo é reduzir a mortalidade materna em 25% até 2027, e em 50% para as mulheres pretas. Em 2022, a taxa de óbitos maternos entre mulheres pretas foi o dobro da taxa geral, com 110,6 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. No geral, a taxa foi de 57,7 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. O Brasil busca alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030, com uma taxa de 30 óbitos por 100 mil nascidos vivos.
Durante o lançamento do programa, o presidente Lula se emocionou ao falar da morte de sua primeira esposa, Maria de Lourdes, e do filho em 1971. Ele atribuiu a morte durante o parto de emergência ao descaso dos médicos. ‘Cheguei do hospital, encontrei minha mulher morta e meu filho morto. Eu, hoje, tenho certeza absoluta que foi relaxamento, que foi falta de trato, porque as pessoas pobres muitas vezes são tratadas como se fosse pessoas de segunda categoria. E se é pobre e é mulher negra é tratada como se fosse de terceira categoria’, disse o presidente.
Um Novo Modelo de Cuidado à Saúde Materna
O novo modelo de cuidado à saúde materna homenageia Alyne Pimentel, que morreu grávida de seis meses por falta de atendimento adequado na rede pública de saúde em 2002. A morte da jovem de 28 anos levou o Brasil a ser condenado internacionalmente pelo Comitê para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra Mulheres (Cedaw) das Nações Unidas (ONU), com recomendações para diminuir os números de morte materna evitável, reconhecida como violação de direitos humanos das mulheres a uma maternidade segura.
O presidente Lula destacou a importância de criar um programa que permita às mulheres serem atendidas com decência e respeito. ‘Nós queremos criar um programa para que a mulher seja atendida com decência, para que a mulher faça todos os exames necessários, para que a mulher possa fazer todas as fotografias que ela quiser fazer do útero para ver como é que tá a criança, para que a gente possa fazer com que a mulher chegue saudável no médico e saia de lá, além de saudável, com uma criança muito bonita no seu colo’, disse ele.
Investimentos em Saúde Materna
O programa inclui a realização de um plano integrado entre a maternidade e a Saúde da Família, com qualificação das equipes de Saúde da Família, principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o Complexo Regulatório do SUS será ampliado com equipe especializada em obstetrícia. O objetivo é integrar a rede para acabar com a ‘peregrinação da gestante’ e garantir vagas para atendimento, com prioridade para a mulher que precisa de suporte no deslocamento para a maternidade. Em 2024, o Ministério da Saúde vai investir R$ 1,3 bilhão no programa.
Fonte: @ Agencia Brasil
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