Banco prevê que grupo de empresas movimentará 17% do crescimento dos lucros do S&P 500, com o restante do índice seguindo a mesma rotação.
Nos últimos tempos, especialmente nesta sexta-feira, testemunhamos uma verdadeira ‘febre’ de empresas de tecnologia.
O setor de tecnologia está em constante evolução, com diversas ações movimentando o mercado. As empresas de tecnologia estão cada vez mais inovadoras, buscando se destacar e conquistar seu espaço no mercado competitivo.
Impacto da Tecnologia nas Ações e Empresas do Setor
Mas enquanto o movimento de ontem foi impulsionado por expectativas sobre os balanços das grandes empresas de tecnologia, após resultados abaixo do esperado da Tesla e Alphabet, dona do Google, nos outros dias muitos especialistas apontaram para um movimento de rotação de ações de tecnologia para empresas de menor porte.
Na semana passada, após a divulgação de números de inflação melhores do que o esperado nos EUA, as ações rapidamente mudaram de curso e o índice Nasdaq 100 caiu 2,2% na quinta-feira, enquanto o índice S&P 600 Small Cap subiu 3,3%. Esta diferença diária de 5,5% entre os dois é incrivelmente rara, e apenas a terceira diferença tão grande desde 2000, aponta o banco suíço Julius Bäer, em relatório. Contudo, aparentemente esse movimento foi pausado no pregão de ontem, quando até o principal índices das chamadas ações small caps, o Russell 2000, caiu.
Impacto da Tecnologia nas Ações e Empresas do Setor
Marina Valentini, estrategista de mercados globais do J.P Morgan, analisa que, enquanto o entusiasmo com a inteligência artificial tomou conta dos mercados de ações americanos no ano passado, em 2024 os resultados financeiros das empresas e o corte de juros pelo banco central americano (Federal Reserve, o Fed) entraram mais no foco dos investidores. ‘O mercado de ações americana está bem caro. As bolsas do Japão e da Europa estão mais atrativas. Sete ações, que correspondem a uma fatia de 37% do S&P 500, estão respondendo por 61% do retorno do índice no acumulado do ano.
Neste nível de alta, e com a proximidade do ciclo de corte de juros, há um movimento do mercado para ações cíclicas, como a de indústrias e do setor de energia’. Valentini apontou ainda, em um dos painéis do evento Avenue Connection, que essa rotação deve continuar. Contudo, o movimento não deve se sobrepor aos retornos que serão registrados pelas ações de tecnologia. ‘As empresas de tecnologia respondem por 39% do investimento em pesquisa e 33% do fluxo de caixa livre do índice. Ou seja, têm força, ainda que não sejam todas iguais’ O J.P Morgan espera que o crescimento dos lucros das sete ações magníficas (Amazon, Tesla, Alphabet, Meta, Microsoft, Apple e Nvidia) no S&P 500 se equilibre com o das outras empresas até o quarto trimestre do ano: o grupo de empresas deve responder por 17% do crescimento dos lucros ao final do ano, quando o restante do índice também registrará avanço na mesma proporção.
Richard Clode, gerente de portfólio de tecnologia da Janus Henderson, relativiza o movimento de liquidação das empresas, apontando que houve um período semelhante de digestão e retirada de lucros em 2023, após um forte desempenho das ações de tecnologia no primeiro semestre, e que também houve uma liquidação semelhante dessas ações em abril. Para Clode, muitas narrativas são criadas para tentar justificar o fato, mas não houve nenhuma mudança importante na perspectiva das empresas nos primeiros relatórios até o momento.
Recentemente, ele pontua que houve apenas um foco extra na política dos EUA e na maior chance de uma recessão global.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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