Mês em destaque: IPCA+ teve todos os títulos vermelhos em abril. Discutido corte, juros, situação fiscal, reforma tributária. Papéis inflacionados, contra inflação, proteção. Ciclo de corte, indexados a inflação.
O mês de abril terminou com destaque para o Tesouro Direto, mas maio promete se manter tão ativo no mercado de títulos públicos. Entre os ativos, os títulos prefixados foram os mais procurados por investidores em busca de rentabilidade.
Os investidores que buscam diversificação em suas carteiras têm recorrido às Obrigações do Tesouro para garantir segurança e rentabilidade. Além disso, a variedade de produtos do Tesouro Direto oferece opções para diferentes objetivos financeiros.
Impacto da Situação Fiscal e Ciclo de Juros no Tesouro IPCA+
Não é por menos, o Tesouro IPCA+ 2029, com prazo mais curto, encerrou o mês pagando 6,21%, patamar registrado em março do ano passado, quando a situação fiscal do Brasil era um pouco diferente. Mas o que causou essa oscilação?
Oscilação dos Títulos e Mudanças no Cenário Fiscal e de Juros
Após dados de indicadores, em especial de inflação acima das expectativas nos Estados Unidos, caiu a ficha de que o ciclo de corte de juros por lá vai demorar a começar, mais do que já era esperado. Esse fator somado à situação fiscal do Brasil, que inclui mudança na meta fiscal de 2025 e discussão sobre reforma tributária em destaque, contribuiu diretamente para o aumento das taxas (recuo dos preços) dos títulos.
Escolha por Ativos Seguros e Obrigações do Tesouro
Naturalmente, a disparada das taxas faz com que os investidores optem por ativos mais seguros, já que oferecem uma remuneração maior com baixo risco. Daí entram os títulos americanos. Em contrapartida, em momentos de maior incerteza, alguns títulos de renda fixa ficam mais atrativos, como é o caso dos papéis indexados à inflação no Brasil. Esse segue sendo o papel mais recomendado pelos analistas.
Com base nesse contexto doméstico e internacional, a sugestão continua sendo de alocação no Tesouro IPCA+ principal, optando pelos vencimentos de 2029 e 2035, no máximo. Mais que isso é difícil de prever o cenário. Se o mês for de menores ruídos políticos, inflação convergindo à meta no médio prazo e menos risco fiscal, podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais. Caso contrário, a proteção contra a inflação do título será importante, destacou Vinícius Romano, especialista de renda fixa na Suno Research.
Análise dos Títulos do Tesouro em Abril
O destaque do mês está para as quedas dos títulos do Tesouro IPCA+, todos encerrando abril no vermelho. A maior queda, como tem sido com frequência, é do papel com prazo de 2045, que despencou 4,49% no mês. Atualmente, a taxa oferecida é de 6,12%.
Ainda dentro dos títulos atrelados à inflação, o papel que mais está pagando retorno real, com vencimento em 2029, caiu 1,68% em rentabilidade neste mês. Entre os prefixados, mais quedas. Os papéis com vencimento em 2027 e 2031 caíram 0,57% e 2,45%, respectivamente.
Falando em alta, o Tesouro Selic sempre garante as boas notícias do mês. Os títulos com vencimento em 2027 e 2029 avançaram 0,89% e 0,86%, respectivamente. Vale lembrar que tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento —, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.
Oscilações do Mercado e Investimentos em Tesouro Direto
A marcação a mercado pode trazer muita volatilidade ao investimento em Tesouro Direto, tanto para o lado do bem, ampliando seu retorno potencial, quanto para o lado negativo, abrindo espaço para prejuízos. No entanto, essa oscilação só atinge os investidores que resgatam os investimentos antes do fim do prazo ‘combinado’.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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