Respondo primeiras infinitas situações sem contar: grande desafio profissional, marca de mil eventos super importantes, sofrimento anteirores da responsabilidade. Em auditório enchendo, pensando em fugir, poucos minutos, subir no palco, meu microfone. Desculpas, estava preparado, sabia o que estava fazendo, gastei energia, síndrome da impostadora. Muitas situações parecidas, grande trabalho, super importantes, eventos gigantes.
Na semana passada, me deparei com um desafio e tanto no âmbito profissional: precisava conduzir um evento crucial de uma empresa renomada – porém, em inglês. Algumas pessoas podem pensar: ‘Ah, mas isso é moleza para você, não é mesmo?’. Sim, eu atuo nessa área há bastante tempo, então consigo compreender essa perspectiva – talvez até haja alguma verdade nisso.
Ao longo desse desafio, pude perceber o quanto é essencial se reinventar e se desafiar constantemente para superar obstáculos. Enfrentar o desconhecido pode ser assustador, mas também é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Cada obstáculo superado nos leva a um novo ímpeto de superação, nos impulsionando a buscar novas maneiras de evoluir. É fascinante como os desafios nos incentivam a crescer e aprimorar as nossas habilidades, nos motivando a cruzar-limites e alcançar novas conquistas. Um desafio é mais do que uma simples prova, é um convite constante para nos reinventarmos e seguirmos em frente. E nesse processo de desafiar a nós mesmos, descobrimos a verdadeira essência do crescimento e da superação.
O desafio de superar a autossabotagem
Mas do lado oposto, a mente divagava para outro rumo: ‘Não será tranquilo para mim, e não tenho certeza se vou alcançar sucesso’. Essa era a reflexão que permeava meus pensamentos. Nos dias que antecederam o grande evento, eu ficava elaborando mil desculpas para evitar comparecer. Desde ‘a saúde da minha cachorrinha piorou’ até ‘o carro ficou sem gasolina no meio do trajeto’. Qualquer desculpa era válida para afastar aquela terrível sensação de incapacidade. Fugir parecia a solução mais simples. Se eu não fosse, ninguém descobriria minha falta de habilidade. Um melodrama, eu sei.
No dia tão aguardado, apesar de toda a angústia prévia, algo dentro de mim garantia que não fugiria. Assim, lá estava eu, pontualmente, com todo o roteiro na ponta da língua, distribuindo sorrisos para todos. Era essa a visão que as pessoas tinham de mim, ao menos. Porém, por dentro, as pernas tremiam. Segui então para o camarim, repassando mentalmente as partes em inglês várias vezes. Quando surgia uma dúvida quanto à pronúncia, telefonava para meu irmão, que era professor, em busca de ajuda. Tudo sob controle, ao menos até aquele ponto.
Pouco depois, o auditório começou a se encher. Cada vez mais gente adentrava o local, e eu só conseguia pensar na responsabilidade de proporcionar uma noite agradável para todos. Uma leve onda de ansiedade me atingiu, com uma voz interna insistindo que seria melhor desistir. Será que minhas antigas desculpas ainda fariam sentido naquele momento? O que aconteceria se simplesmente abandonasse a cena?
Após alguns momentos considerando a fuga como opção, decidi ficar. E a partir daí, não havia mais como recuar: era preciso subir ao palco e realizar meu trabalho. Com a música começando, o microfone ligado, dei o primeiro passo em direção ao palco. Foi quando subi o primeiro degrau e a luz incidia sobre mim que lembrei: ‘Ah, este é um lugar familiar’. Sim, já havia enfrentado diversas situações semelhantes ou até mais desafiadoras. E havia superado. Então, por que duvidei tanto de mim mesma?
O desfecho foi excelente. Assim que compreendi que estava preparada e sabia exatamente o que fazer, me libertei. Retornei para casa satisfeita com minha performance, refletindo sobre a energia desperdiçada pensando nas possibilidades de fracasso. Quanto tempo perdido convencendo-me de que falharia.
Tudo por conta da síndrome da impostora, que teima em nos fazer sentir inadequados. Por isso, decidi compartilhar minha experiência neste texto. Não para focar em mim, mas em todos nós. Em cada pessoa que em algum momento não se sentiu capaz, mas depois descobriu que o monstro estava apenas na mente. Não é simples vencê-lo, mas que nunca desistamos de nos surpreender com nossas conquistas. É muito mais do que nossa mente nos permite alcançar.
Fonte: @ CNN Brasil
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