Relação turbulenta entre Fluminense e patrocínio máster: craques, campanhas históricas, divergências políticas empresariais e valores de parceria acima de R$ 150 milhões.
Uma parceria de sucesso foi celebrada em 2013 no Maracanã, quando Celso Barros e Peter Siemsen se cumprimentavam entusiasticamente em um dos camarotes. Sentados à mesa, assinavam um contrato que garantia a continuidade do patrocínio máster da Fluminense até o fim de 2014, reforçando o compromisso em conjunto.
A colaboração entre as partes era evidente naquele momento, demonstrando como uma sociedade bem estruturada pode trazer benefícios mútuos e fortalecer os laços no mundo do futebol. E assim, a parceria entre Unimed-Rio e Fluminense continuava a prosperar, trazendo frutos para ambas as partes.
Parceria Duradoura e Conturbada: Os Bastidores do Fluminense em 2004
A cena que marcou o último momento feliz entre o Fluminense e a Unimed se tornou emblemática. A partir dali, divergências políticas e empresariais se tornaram protagonistas, culminando no fim de uma das maiores parcerias do futebol brasileiro. A separação, que completa 10 anos em 2024, é amplamente conhecida, porém os detalhes dos bastidores nem tanto.
A parceria entre Fluminense e Unimed foi verdadeiramente vitoriosa ao longo de 15 anos. Sob a liderança de Celso Barros, que injetava consideráveis investimentos, a empresa da área de saúde desempenhou um papel fundamental ao resgatar o Tricolor da Série C. O clube carioca conquistou diversos títulos, como os Cariocas de 2002, 2005 e 2012, a Copa do Brasil de 2007, e os Brasileirões de 2010 e 2012, além de vice-campeonatos na Libertadores em 2008 e na Sul-Americana em 2009. Grandes nomes do futebol, como Romário, Edmundo, Fred e Deco, contribuíram para essa história de sucesso.
No último contrato firmado entre as partes, a Unimed se comprometeu a investir no mínimo R$ 15 milhões em contratações e/ou salários de jogadores. Anteriormente, os valores dessa parceria estavam significativamente acima desse montante. Estima-se que entre 2010 e 2012, tenha sido alcançado um recorde de R$ 150 milhões gastos anualmente. Um exemplo é o salário de Conca, que chegou a receber R$ 750 mil, há 14 anos.
Apesar do êxito, a parceria também trouxe críticas devido à falta de estrutura e profissionalização do clube, que se viu dependente da Unimed e enfrenta desafios até os dias atuais com a rescisão do contrato. A dinâmica das negociações era peculiar, com contratos realizados pela Unimed Participações, na qual Celso Barros ‘emprestava’ recursos para o Fluminense adquirir jogadores. Contudo, o clube detinha uma pequena parcela dos direitos econômicos, enquanto a maior parte pertencia à patrocinadora. Essa lógica favorecia a Unimed em possíveis vendas de jogadores, como ocorreu com Conca, que gerou um lucro de 166% ao ser transferido para o Guangzhou Evergrande em 2011.
Outro aspecto era a divisão dos contratos, nos quais o Fluminense arcava com um salário simbólico, enquanto a Unimed assumia os altos valores de luvas e direitos de imagem. Os valores de patrocínio também eram divergentes nos registros oficiais, com o portal da transparência tricolor apontando um investimento de ‘apenas’ R$ 20 milhões pela empresa, enquanto os números reais eram substancialmente mais elevados.
Apesar do sucesso evidente, a Unimed optou por não renovar o patrocínio, gerando questionamentos sobre os motivos. A empresa alegou uma estratégia de marketing, mas fontes afirmam que a decisão foi motivada por uma séria crise financeira. Com a necessidade de reduzir gastos para reequilibrar as contas, a Unimed encerrou sua aliança com o Fluminense, encerrando assim uma parceria histórica que marcou o cenário esportivo por anos.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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