Alerta da SBU sobre maior incidência e fase agressiva do câncer de pênis. Uso de preservativo e sinais da doença são essenciais. Evite amputação com tratamento adequado.
O câncer de pênis é uma condição preocupante no Brasil, pois o país apresenta uma alta incidência desse tipo de neoplasia. Entre os diversos fatores que contribuem para esse cenário, a falta de informação sobre o tumor peniano e a importância da higiene íntima são os mais destacados.
A prevenção é fundamental quando se trata de tumor peniano, uma vez que a maioria dos casos poderia ser evitada com medidas simples, como a vacinação contra o HPV. Portanto, é essencial disseminar informações sobre a neoplasia do pênis e incentivar hábitos saudáveis que possam reduzir a incidência desse tipo de câncer.
‘Câncer de pênis: uma realidade preocupante no Brasil’
O diagnóstico tardio também é responsável pelo grande número de mortes por câncer de pênis. No Brasil, a maior incidência da neoplasia do pênis está nas regiões Norte e Nordeste. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2012 e 2022, foram registrados no Brasil 21.766 casos de câncer de pênis (uma média de mais de 160 por mês).
Um dos tratamentos para o câncer de pênis em estágio agressivo – em geral diagnosticado tardiamente – é a amputação parcial ou total do órgão. Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (SIH/Datasus), entre 2014 e 2023, houve 6.456 casos de amputação de pênis no país, o que corresponde a uma média de 645 casos por ano.
De acordo com o Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2011 e 2021 foram registrados 4.592 óbitos por causa desse tipo de tumor no nosso país.
‘Prevenção e tratamento do câncer de pênis’
Para tentar mudar essas estatísticas e conscientizar o público masculino, a Sociedade Brasileira de Urologia realiza campanhas anuais, com alertas nas redes sociais e mutirões de cirurgia de fimose em vários estados – o procedimento reduz o risco do tumor ao expor a glande e viabilizar uma limpeza adequada da região.
Uma característica da neoplasia do pênis é que, na maioria dos casos, ela pode ser prevenida com medidas simples, como: 1 – Higiene com água e sabão, puxando o prepúcio e lavando toda a região da glande e o pênis; 2 – Lavagem do pênis após as relações sexuais; 3 – Vacinação contra o HPV (ela é fornecida gratuitamente pelo SUS para a população entre 9 e 14 anos e imunossuprimidos); 4 – Uso de preservativo; 5 – Cirurgia da postectomia (retirada do prepúcio), indicada quando não se consegue expor completamente a glande para realização da higienização correta É imprescindível também ficar atento a sinais da doença, tais como: 1 – Lesões no pênis e feridas que não cicatrizam; 2 – Coceira persistente; 3 – Secreção com odor forte; 4 – Inchaço da glande; 5 – Presença de nódulos na virilha.
‘Tratamentos e impactos emocionais do câncer de pênis’
Quando diagnosticado em uma fase inicial, o câncer de pênis tem alta probabilidade de cura. Lesões pequenas e superficiais podem ser retiradas cirurgicamente, com uma boa margem de segurança para se evitar deixar lesões não visíveis adjacentes. Em determinados casos, podem ser utilizados também a cauterização química ou a eletrocoagulação.
Na presença de lesões um pouco maiores e infiltrativas, pode ser necessária a retirada da área afetada pelo tumor através da amputação parcial do pênis (penectomia parcial). Já nos casos mais agressivos, com grande volume tumoral ou nitidamente invasivo, a amputação total do pênis (penectomia radical) é recomendada.
Em casos mais graves ainda, pode ser necessária a retirada dos testículos e/ou da bolsa escrotal. O câncer de pênis, além do potencial risco de morte, traz também um comprometimento emocional e social, já que o tratamento por meio da amputação do órgão irá impactar a autoestima do paciente. Felizmente, é possível evitar esse desfecho.
Fonte: @ Veja Abril
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