Analistas divididos sobre menor corte de apostas, alteração piora, percepção de riscos domésticos e externos. Copom flexibilização mais lenta, instituições financeiras consultadas relatam.
A alteração na comunicação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, diante da piora no cenário externo e da percepção de aumento nos riscos fiscais domésticos em abril, foi o sinal que o mercado precisava para apostar na redução do ritmo dos cortes da Selic já na reunião de quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom).
A taxa de juros bancária é impactada diretamente pelas decisões do Copom quanto à Selic. A expectativa dos investidores em relação à próxima reunião reflete a tentativa de antecipar o movimento que será tomado pelo Banco Central, visando equilibrar a economia.
O mercado e a expectativa da Selic
A mudança na comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem piorado a percepção de riscos fiscais domésticos. Isso reflete diretamente nas projeções para a taxa Selic. De acordo com a pesquisa realizada pelas instituições financeiras consultadas, o cenário indica uma flexibilização mais lenta da política monetária.
Entre os participantes do mercado, cerca de dois terços já adotam a perspectiva de uma redução gradual na Selic. Dos 118 bancos consultados, 78 esperam um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Outros 40 ainda enxergam margem para uma diminuição mais expressiva, de 0,5 ponto percentual.
A postura conservadora adotada pela maioria dos agentes econômicos reflete a incerteza em relação ao panorama externo e às oscilações no cenário fiscal interno. A busca por segurança diante das variáveis econômicas tem influenciado diretamente as projeções para a Selic, evidenciando a cautela do mercado diante do atual contexto econômico.
A expectativa de uma mudança na política de juros segue sendo influenciada por uma série de fatores externos e internos. A reunião do Copom deve refletir a complexidade desse cenário, levando em consideração não apenas a taxa Selic, mas também as projeções para o futuro da economia brasileira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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