Lessa revelou que consultou o advogado André Luiz Fernandes Maia para estudar endereços no bairro Anil, dominado pela milícia, em busca de uma alternativa viável para executar Marielle.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em nova revelação bombástica, o ex-policial militar Ronnie Lessa mencionou em sua delação premiada que buscou por pontos estratégicos para realizar o assassinato da vereadora Marielle Franco enquanto desfrutava de um uísque ao lado de um companheiro, o advogado André Luiz Fernandes Maia, mais conhecido como Doutor Piroca. O encontro aconteceu apenas 48 horas antes do trágico acontecimento na noite de 14 de março de 2018.
Segundo o relato de Lessa, a escolha dos locais foi meticulosa e calculada, indicando um planejamento elaborado por ele e seu amigo, Doutor Piroca. Ainda não foi revelado se as autoridades já tinham conhecimento sobre essa informação, que pode abrir novas linhas de investigação no caso Marielle Franco. A repercussão dessa revelação promete agitar o mundo jurídico e político nos próximos dias.
Investigações apontam para as motivações do crime envolvendo o Doutor Piroca
De acordo com informações da Polícia Federal, os relatórios sobre o caso indicam que Lessa, um dos envolvidos, afirmou estar ‘obcecado em encontrar uma alternativa viável‘ para a execução do crime. Durante esse período, ele passou a estudar o endereço da vereadora Marielle Franco com afinco, na companhia do advogado André Luiz Fernandes Maia, que veio a falecer 29 dias após o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
O advogado André Luiz Fernandes Maia, também conhecido como Doutor Piroca, tem seu nome brevemente citado na delação de Élcio de Queiroz, ex-policial militar e outro suspeito de envolvimento no assassinato. Segundo colegas de profissão, o apelido de ‘Doutor Piroca’ fazia alusão à expressão ‘piroca das ideias’, com um sentido de ‘doido’.
No meio profissional, Maia era visto como ‘marrento’, envolvendo-se em brigas e portando armas. No momento de sua morte, em 12 de abril de 2018, ele respondia por crimes de ameaça e estelionato. Já tinha sido condenado anteriormente por coação no curso do processo e cumprido um ano de prisão em regime aberto.
Detalhes sobre a morte de Doutor Piroca no Anil
No dia de sua morte, o advogado saía de sua casa no bairro do Anil, local dominado pela milícia na zona oeste do Rio de Janeiro. Foi abordado por dois homens armados em uma moto, que dispararam à queima-roupa contra Maia, atingindo-o no peito. Os suspeitos fugiram sem levar nada.
As investigações da Polícia Civil indicaram que o homicídio de André Luiz Fernandes Maia foi motivado por dívidas com a milícia. O Ministério Público denunciou o caso, mas até então nenhum representante do advogado foi localizado.
Desdobramentos e a prisão de suspeitos
Recentemente, um suspeito do crime, ligado ao grupo paramilitar do Anil, foi preso em Miguel Pereira, no interior do estado, em agosto de 2021. Lessa, réu confesso, fechou acordo de delação premiada e apontou outros possíveis envolvidos no assassinato de Marielle e Anderson, além de uma tentativa de homicídio envolvendo a assessora Fernanda Chaves.
A Operação Murder Inc., deflagrada pela Polícia Federal, resultou na prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil no Rio, delegado Rivaldo Barbosa. O ministro do STF Alexandre de Moraes, em seu despacho de autorização de prisão, mencionou que divergências políticas em relação à regularização fundiária de condomínios na zona oeste do Rio estavam por trás das motivações do crime.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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