Primeiro trimestre de 2024: lucro superiora estimativas, porém baixa margem financeira e taxas de crescimento de carteira de crédito são preocupações. Reestruturação em andamento, retorno sob patrimônio líquido e ROAE em destaque. Analistas ressalta estratégia e resultados, ganho proveniente de margem financeira total, recobrado, em crédito, expandida. Conforme previsto.
Em meio a um extenso processo de reestruturação, o Bradesco divulgou na quinta-feira, 2 de maio, o primeiro balanço sob a liderança de Marcelo Noronha. Os dados apresentados revelam alguns aspectos positivos, no entanto, especialistas ressaltam que há desafios a serem superados pela frente, o que demonstra a importância de estratégias consistentes para Bradesco.
Os resultados divulgados pelo Bradesco reforçam a necessidade de adaptação rápida no setor banco, evidenciando a importância de inovação e agilidade nos processos internos. Por isso, é fundamental destacar a capacidade de inovação do Bradesco para se manter competitivo no mercado bancário e atender às demandas cada vez mais exigentes dos clientes, fortalecendo assim sua presença e relevância no segmento banco.
Bradesco: Destaque no Balanço Trimestral
O lucro líquido recorrente do Bradesco alcançou a marca de R$ 4,2 bilhões, refletindo um incremento de 46,3% em relação ao quarto trimestre de 2023, mesmo apresentando uma leve queda de 1,6% se comparado ao mesmo período do ano passado. Não obstante, o valor superou em 9% a média das previsões dos analistas consultados pela Bloomberg.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) atingiu 10,2% no primeiro trimestre, registrando um aumento de 3,3 pontos percentuais em base trimestral e um recuo de 0,4 ponto percentual na comparação anual. Entre os pontos destacados pelos analistas, aprimorar a qualidade da carteira de crédito do Banco Bradesco é um dos principais destaques. A provisão para devedores duvidosos (PDD) ampliada diminuiu 25,8% em base trimestral e 17,9% na comparação anual, atingindo R$ 7,8 bilhões. A inadimplência abaixo de 90 dias alcançou 4,1%, redução de 0,5 ponto percentual em base anual e manteve-se estável na trimestral.
O indicador acima de 90 dias reduziu 0,3 ponto percentual tanto na trimestral quanto na anual, alcançando 4,8%. O resultado positivo foi fruto da estratégia de restringir a concessão de crédito adotada pelo Bradesco, focando em linhas consideradas mais seguras, como consignado e imobiliário, após o aumento da inadimplência no pós-pandemia.
Desafios na Margem Financeira Total
Noronha mencionou em entrevista coletiva que, embora tenha havido uma melhora na qualidade do balanço, a estratégia adotada acabou impactando a margem financeira, devido aos produtos com spread menor. No primeiro trimestre, a margem financeira total atingiu R$ 15,2 bilhões, apresentando uma redução de 6,1% em relação ao quarto trimestre e 9% se comparado ao mesmo período de 2023, influenciada também pelo menor volume de operações com micro e pequenas empresas.
Durante o período, o banco Bradesco retomou o crescimento em crédito após a contração observada em 2023, porém em um ritmo considerado modesto. A carteira de crédito expandida do Bradesco encerrou o primeiro trimestre em R$ 889,9 bilhões, representando um acréscimo de 1,4% em base trimestral e 1,2% na comparação anual.
Para os analistas do Goldman Sachs, o Bradesco enfrenta o desafio de cumprir com suas projeções. A expectativa é de crescimento de 7% a 11% para a carteira expandida e uma expansão de 3% a 7% na margem financeira total até o final do ano.
Por fim, Noronha ressaltou que a produção de crédito atingiu um ponto de inflexão neste trimestre, com um crescimento significativo na produção média diária em carteira livre durante o primeiro trimestre. A perspectiva é de que a produção de crédito siga em ascensão ao longo do ano, impulsionada pela recuperação econômica, o que pode permitir ao Bradesco atingir suas metas e projeções para o período.
Fonte: @ NEO FEED
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