Descrição: Maior surto de dengue desde 2000: 2.149 episódios, 17 anos; recorde de óbitos em 2024. Transmitido por Aedes aegypti. Estimativas: pré-visão de registros para todo ano, faixa de idade 10-14. Campanha de imunização: doses remessa da vacina contra dengue, esquema vacinal.
Com o maior surto de dengue em quase um quarto de século, o Brasil ultrapassou a projeção de 4,2 milhões de casos da doença previstos para o ano inteiro de 2024, na quinta-feira, 2. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país conta com 4.235.302 registros da infecção causada pelo mosquito Aedes aegypti e 2.149 mortes. Além disso, há 2.271 óbitos sob investigação e um aumento do número de casos confirmados de dengue em relação ao mesmo período do ano passado.
Esses dados alarmantes demonstram a gravidade da situação das arboviroses no Brasil e a urgência de ações eficazes para combater a proliferação do mosquito vetor. O aumento dos casos de dengue apela para a conscientização da população sobre medidas preventivas, como eliminação de criadouros e uso de repelentes. A batalha contra as arboviroses requer a colaboração de todos os setores da sociedade, visando a redução significativa dos casos e mortes causados por essas doenças transmitidas por mosquitos.
A luta contra a dengue: desafios e medidas preventivas
No início de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou suas estimativas alarmantes: os casos de dengue no país poderiam atingir a marca de 4,2 milhões em 2024. Essa projeção causou preocupação, levando em consideração a pressão que isso poderia gerar nos serviços de saúde. A secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, expressou essa preocupação diante da possibilidade sem precedentes de um surto.
Neste ano, o Brasil testemunhou a maior quantidade de casos desde os últimos 17 anos, com números que superaram os registros históricos desde 2000. O ano passado fechou com 1.658.816 casos de dengue, um aumento significativo em comparação com as 1.688.688 notificações de 2015, considerado um dos maiores surtos anteriores. Em relação às mortes, 2023 registrou 1.094 óbitos, superando os 1.053 de 2022.
O cenário é preocupante, com um aumento expressivo de casos de dengue já visível nas primeiras semanas de 2024. Em menos de três meses, o país já ultrapassou os números de todo o ano anterior, alertando para a gravidade da situação em termos de saúde pública.
Desafios e estratégias de combate
Diante desse panorama preocupante, a vacina contra a dengue surge como uma ferramenta crucial no combate às arboviroses. O Distrito Federal e Goiás foram os pioneiros na recepção das doses, dando início à campanha de imunização, focalizando inicialmente na faixa etária de 10 a 14 anos. Além dessas regiões, outros estados também estão recebendo doses, totalizando 686 municípios contemplados.
A campanha de vacinação visa conter a propagação do vírus, especialmente em regiões com alta incidência do sorotipo 2 da dengue. A distribuição das doses, que totalizam 930 mil até o momento, abrange localidades com histórico significativo de notificações e internações devido à doença. A meta é imunizar 3,2 milhões de pessoas até o final do ano.
A decisão de vacinar crianças e adolescentes, seguindo recomendação da OMS, mostra a importância de focar em grupos mais vulneráveis. A vacinação é uma medida preventiva essencial para conter a propagação da dengue e reduzir o impacto na saúde pública. A expectativa é que, com a implementação eficaz do esquema vacinal, seja possível controlar a disseminação da doença e prevenir surtos futuros.
Conclusão
Diante do desafio crescente representado pela dengue e outras arboviroses, a vacinação torna-se uma peça fundamental no enfrentamento dessas doenças. A distribuição eficiente das doses e a cobertura de grupos prioritários, como crianças e adolescentes, são passos essenciais para conter a propagação do vírus e reduzir o impacto na saúde da população.
As ações de prevenção e controle, aliadas à conscientização da população sobre medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, são cruciais para evitar surtos como os observados nos últimos anos. O esforço conjunto de autoridades de saúde, profissionais e comunidades é fundamental para garantir um futuro mais saudável e livre das ameaças da dengue.
Fonte: @ Veja Abril
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