A jovem de 14 anos fez rinoplastia, alertam sobre pressões sociais e necessidade de reflexão antes de procedimentos estéticos; acompanhamento psicológico é fundamental.
A filha do empresário Roberto Justus e da apresentadora Ticiane Pinheiro, Rafaella Justus, de apenas 14 anos, passou por uma cirurgia plástica recentemente. A adolescente realizou uma rinoplastia no início de fevereiro e publicou o resultado no TikTok, com a legenda ‘Rinoplastinada’. Essa situação levanta a discussão sobre a importância de se considerar os riscos e cuidados envolvidos em procedimentos de cirurgia plástica em jovens.
É fundamental ressaltar que a decisão de se submeter a uma intervenção plástica deve ser pautada em avaliações médicas criteriosas e acompanhamento especializado. Ainda, é essencial conscientizar sobre a necessidade de orientação dos responsáveis para garantir a segurança e o bem-estar dos adolescentes que desejam realizar procedimentos de cirurgia plástica. Cuidados como a escolha de profissionais qualificados e a compreensão dos impactos físicos e emocionais envolvidos devem ser considerados antes de tomar qualquer decisão nesse sentido.
Cirurgia Plástica: Brasil lidera em procedimentos estéticos
Vale destacar que, de acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgias Plásticas Estéticas (ISAPS, na sigla em inglês), o Brasil é o país que mais faz cirurgias plásticas com fins estéticos no mundo. Rafaella Justus, de 14 anos, filha de Roberto Justus e Ticiane Pinheiro, realizou uma rinoplastia recentemente.
Os riscos das cirurgias plásticas na adolescência
Para o cirurgião plástico Antonio Pitanguy, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), os adolescentes são especialmente vulneráveis a questões que podem colocar em xeque o sucesso da cirurgia.
De acordo com o especialista, essa faixa etária é mais suscetível a pressões sociais, o que aumenta a probabilidade de arrependimentos.
‘É preciso saber se é um desejo de seguir uma moda passageira ou algo permanente e benéfico no longo prazo’, pontua. Ainda segundo Pitanguy, o fato de os adolescentes muitas vezes misturarem a realidade com o que é mostrado nas redes sociais também pode gerar frustrações.
‘É preciso que ele alinhe as expectativas do procedimento cirúrgico com a realidade e não com uma foto irreal e cheia de filtros que ele viu no Instagram’, aconselha.
Outro ponto destacado pelo especialista é que os adolescentes tendem a ser mais inconsequentes do que os adultos, o que pode colocá-los em perigo.
‘Muitas vezes, aflitos para realizar um procedimento e sem muitos recursos, eles acabam chegando a profissionais despreparados e, assim, colocam a sua saúde em risco’, explica.
A importância do acompanhamento psicológico na adolescência
Antes de qualquer coisa, é necessário que os adolescentes sejam acompanhados pelos seus responsáveis durante todo o processo, antes e depois da cirurgia, diz Pitanguy.
‘É preciso que os responsáveis conversem e entendam se (a cirurgia plástica) é uma questão realmente importante para o bem-estar do adolescente ou não’, orienta o médico.
‘Uma sugestão é procurar acompanhamento psicológico para o jovem, para que ele tenha mais clareza sobre o que deseja antes de seguir com a cirurgia’, ensina.
Além disso, o cirurgião plástico André Maranhão, também da SBCP, destaca a importância da avaliação de um cirurgião plástico para confirmar se é possível realizar o procedimento.
‘O médico vai investigar, por exemplo, se a região em questão já completou o seu desenvolvimento natural’, comenta.
Ainda de acordo com Maranhão, para que tudo corra em segurança, é importante verificar as credenciais do profissional.
‘Vale a pena checar se ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ou se tem a qualificação de especialista no assunto’, descreve.
Cuidados no pós-operatório e benefícios da cirurgia plástica na adolescência
Para Pitanguy, os responsáveis também devem ficar de olho nos cuidados do pós-operatório. ‘Os adolescentes podem não levar tão a sério as recomendações médicas, como a necessidade de repouso, boa alimentação e trocas de curativos.
Por isso, nessa fase, é indispensável o acompanhamento de adultos’, destaca.
Apesar de os adolescentes representarem um grupo que exige atenção redobrada quando se fala em cirurgias plásticas, os especialistas ponderam que o procedimento pode trazer benefícios importantes nessa fase – quando bem indicado, claro.
‘Pode auxiliar na autoestima do jovem que está sendo estigmatizado devido à uma questão estética, por exemplo. A única questão é que isso deve ser feito com cautela’, reforça Pitanguy.
Fonte: @ Estadão
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