Ex-presidente dos EUA condenado por fraude fiscal no setor imobiliário. Multa reduzida em 60% após apelação da defesa.
O bilionário ex-presidente Donald Trump foi obrigado a desembolsar uma quantia considerável de US$ 175 milhões (R$ 884 milhões) como punição por envolvimento em um esquema de fraude fiscal pelos tribunais de Nova York. O pagamento da multa foi oficializado no início desta semana.
A condenação por fraude fiscal foi um golpe na reputação do empresário e ex-presidente dos Estados Unidos, Trump, que enfrenta diversas investigações e processos judiciais atualmente. A penalidade milionária serviu como um alerta para outros possíveis crimes que possam surgir em relação às finanças do magnata.
Multa de US$ 454 milhões reduzida em 60%
No dia 25 de março, a Justiça aceitou uma apelação da defesa do ex-presidente dos Estados Unidos para reduzir a multa em 60%. O valor original estipulado era de US$ 454 milhões (R$ 2,3 bilhões). Após a decisão, Donald Trump recebeu o prazo de 10 dias para pagar a multa.
Em fevereiro, Donald Trump foi condenado em primeira instância por ter fraudado balanços de uma de suas empresas, a Trump Organization, que atua no setor imobiliário. O objetivo da fraude, segundo a acusação, seria conseguir empréstimos e fazer negócios em melhores condições. O ex-presidente negou as irregularidades e afirmou que a ação é um caça às bruxas com motivação política.
Balanço inflado ajuda a conseguir negócios
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, processou Donald Trump e a Organização Trump em setembro de 2022. Ela acusou o ex-presidente e a empresa de mentirem durante uma década sobre valores de ativos para obter melhores condições em empréstimos bancários e seguros. Letitia também afirmou que o ex-presidente dos EUA inflou o patrimônio líquido dele em até U$ 2,23 bilhões nas demonstrações financeiras anuais fornecidas a bancos e seguradoras.
A procuradora disse ainda que os ativos cujos valores foram inflacionados incluíam a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, seu apartamento de cobertura na Trump Tower, em Manhattan, e vários edifícios de escritórios e campos de golfe.
Apelação de Donald Trump
No dia 18 de março, Trump afirmou à Justiça que não conseguiria arrecadar o valor original da multa, de US$ 454 milhões. À época, o prazo para o pagamento terminaria no dia 25 de março. O ex-presidente argumentou que não manipulou os balanços contábeis de suas empresas. Os advogados dele recorreram da decisão – ou seja, vão tentar reverter o resultado em uma instância superior da Justiça.
Além disso, os advogados afirmaram que o ex-presidente não tinha o montante e propuseram depositar um valor menor, de US$ 100 milhões (R$ 501 milhões), ou a suspensão da cobrança, que eles consideraram ser excessiva.
Contrato com empresa de fiança e ordem de silêncio
Os advogados também procuraram por 30 empresas que emprestam dinheiro para pagamento de fianças, além de quatro corretores, para tentar fechar um contrato pelo qual uma companhia ficaria responsável pelo depósito. O ex-presidente americano contratou Gary Giulietti, um executivo especializado em seguros, para tentar conseguir um contrato com uma empresa do tipo.
Na prática, se Donald Trump perder o recurso em uma instância superior da Justiça, esse contrato garante que a empresa de pagamentos de fiança quite o valor. No entanto, Giulietti afirmou por escrito que conseguir um levantamento de US$ 454 milhões ‘é impossível nas atuais circunstâncias’, e que muitas empresas de pagamentos não emitem títulos de mais de US$ 100 milhões.
Outro caso envolvendo Stormy Daniels
Ainda nesta segunda-feira, a Justiça de Nova York determinou que Donald Trump pare de atacar a família do juiz que está analisando um outro caso ao qual o ex-presidente é acusado — envolvendo atriz pornô Stormy Daniels. No dia 28 de março, em uma rede social, o ex-presidente chamou a filha do juiz Juan Merchan de ‘odiadora raivosa de Trump’ e pediu para que ele seja removido do caso. Diante da publicação, procuradores alegaram que Donald Trump estava tentando assustar possíveis testemunhas do caso.
A Justiça já havia expedido uma ordem de silêncio que proíbe Donald Trump de se manifestar sobre o processo criminal envolvendo Stormy Daniels.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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