Pesquisa mostra que benefícios superioram riscos para maioria de pré-menopausas brasileiras: taxas baixas de relação risco-benefício para tratamentos combinados de estrogênio e progesterona, aprovados pela FDA; baixos riscos de câncer colorretal, fraturas e teor de gordura significativos em estudos noturnos de ondas de calor suaves.
Mulheres que iniciam a terapia hormonal antes dos 60 anos apresentam menor incidência de efeitos adversos e uma relação de benefício-risco mais positiva em comparação com aquelas que começam o tratamento na pré-menopausa, de acordo com uma pesquisa de longo prazo publicada recentemente no periódico científico JAMA Women’s Health.
O estudo ressalta a importância do início precoce da terapia hormonal não apenas para a redução de potenciais riscos, mas também para melhorar a qualidade de vida das mulheres. A HRT é uma opção segura e eficaz para muitas mulheres que buscam aliviar os sintomas da menopausa e manter a saúde hormonal.
Benefícios da Terapia Hormonal na Pré-Menopausa
Os estudos recentes destacam a importância de iniciar a terapia hormonal na pré-menopausa como forma de tratar os sintomas como ondas de calor e suores noturnos. A terapia hormonal, também conhecida como hormone replacement therapy (HRT), tem se mostrado eficaz no alívio desses desconfortos, sendo uma indicação aprovada pela Food and Drug Administration.
No entanto, é crucial ressaltar que a terapia hormonal não é recomendada para a prevenção de doenças cardíacas, derrames, demência ou outras condições crônicas. Os estudos também revelam que a terapia hormonal não aumentou as taxas de mortalidade em comparação com o placebo, e não apresentou um aumento significativo no risco de problemas cardíacos e derrames.
Riscos e Benefícios da Terapia Hormonal Combinada
Um dos pontos importantes ressaltados nos estudos é que o risco de câncer de mama aumenta com o uso prolongado da terapia hormonal combinada, que consiste na reposição de estrogênio e progesterona. Por outro lado, mulheres submetidas apenas à reposição de estrogênio, devido à histerectomia, apresentaram um risco 20% menor de desenvolver câncer de mama.
Em estudos passados, como a Iniciativa de Saúde da Mulher, foi observado que a terapia hormonal combinada aumentava o risco de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e outros efeitos colaterais. Embora tenha sido constatado que essa terapia reduzia o risco de fraturas e câncer colorretal, os benefícios não compensavam os riscos envolvidos.
Decisões Personalizadas na Terapia Hormonal
Diante dessas informações, é essencial que as mulheres em pré-menopausa e menopausa precoce discutam com seus clínicos a relação de benefício-risco da terapia hormonal. Cada mulher é única, e as decisões sobre o tratamento devem ser individualizadas, levando em consideração suas necessidades e histórico de saúde.
É importante destacar que a interrupção abrupta da terapia hormonal, motivada por estudos passados, pode não ser apropriada para todas as mulheres. A abordagem de decisão compartilhada entre paciente e médico é fundamental para garantir um cuidado adequado e personalizado para as mulheres que se beneficiam do tratamento hormonal.
Suplementação para Menopausa e Osteoporose
Além da terapia hormonal, os estudos também abordaram os efeitos da suplementação de cálcio e vitamina D, bem como de uma dieta com baixo teor de gordura para mulheres na pós-menopausa. A osteoporose, condição comum nesse estágio da vida, pode levar a fraturas e complicações.
Embora os resultados não apoiem a recomendação rotineira de suplementos de cálcio e vitamina D para prevenir fraturas em todas as mulheres pós-menopausa, a suplementação pode ser benéfica para preencher lacunas nutricionais em mulheres com ingestão inadequada desses nutrientes.
Em suma, a abordagem individualizada na decisão sobre a terapia hormonal, aliada a estratégias como suplementação e dieta adequada, pode proporcionar um cuidado mais eficaz e personalizado para as mulheres durante a menopausa e além. É fundamental que cada mulher seja orientada por seu médico a respeito das opções terapêuticas disponíveis, considerando sempre o equilíbrio entre os riscos e benefícios de cada tratamento.
Fonte: @ Veja Abril
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