Comboio da ONG foi atingido em ataque em Israel, deixando 7 mortos. Netanyahu reconhece responsabilidade do Exército, promete investigação.
O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou sua profunda preocupação com o ataque que resultou na morte de sete membros da ONG World Central Kitchen em Israel e pediu uma investigação imediata. Biden ressaltou que é fundamental garantir a segurança das equipes humanitárias que prestam assistência na região.
O ataque trouxe à tona a questão da proteção dos israelenses que atuam em áreas de conflito, destacando a necessidade de medidas adicionais para garantir a segurança de todos os envolvidos. Biden reiterou a importância de se promover um ambiente seguro para as operações humanitárias em Israel, visando evitar tragédias como essa no futuro.
Israelenses mortos em ataque na Faixa de Gaza
Cidadãos do Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Polônia e dois israelenses estão entre os mortos. A World Central Kitchen, fundada pelo chef espanhol José Andrés, é uma das mais atuantes em Gaza.
Jose Andrés, o chef espanhol que fundou a ONG World Central Kitchen, afirmou nesta quarta-feira (3) que os israelenses perseguiram os funcionários da organização na Faixa de Gaza ‘sistematicamente, carro a carro’.
Na segunda-feira (1º), sete pessoas da ONG morreram em um ataque de Israel. O chef espanhol é famoso nos Estados Unidos por atuar em diversos programas de TV, distribuir comida e ter sido condecorado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama com uma medalha de serviços humanitários do governo norte-americano.
O ataque atingiu dois veículos da ONG. A organização havia levado uma carga de alimentos ao território palestino horas antes do bombardeio. Em comunicado, a World Central Kitchen frisou que os carros eram blindados e estavam identificados.
Andres deu uma entrevista à agência de notícias Reuters e afirmou que a entidade de caridade tinha se comunicado com o exército israelense e que os militares sabiam de antemão quais seriam os trajetos dos funcionários.
Segundo a ONG, entre os mortos há três cidadãos do Reino Unido, um da Austrália, um dos EUA, um da Polônia, um palestino, e dois israelenses.
Israel e a situação humanitária em Gaza
A World Central Kitchen é uma das mais atuantes em Gaza e, há duas semanas, enviou o primeiro navio com ajuda humanitária ao território, em uma parceria com a ONG Open Arms, que resgata migrantes naufragados no mar Mediterrâneo. As mortes ‘não foram apenas uma situação de azar, em que soltaram uma bomba no lugar errado’, disse ele.
O chef afirmou que mesmo se a ONG não tivesse combinado os movimentos com as Forças de Defesa de Israel, nenhum país democrático ou força militar pode atacar civis e pessoas que trabalham com ajuda humanitária.
Os funcionários foram mortos quando o comboio em que estavam foi atingido, pouco depois de eles terem supervisionado a entrega de 100 toneladas de comida que o grupo levou à Faixa de Gaza em um navio. O exército de Israel afirmou que sente ‘profundo pesar’ pelo incidente, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que não foi intencional.
Investigação sobre o ataque
No entanto, diz o fundador da ONG, houve mais do que três disparos contra o comboio de ajuda humanitária. Ele mesmo deveria ter ido à Faixa de Gaza, mas os planos mudaram. Andres conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e pediu para que os americanos se esforcem mais para parar a guerra. A ONG World Central Kitchen anunciou uma pausa de suas operações na região após o ataque.
A entidade agora estuda as condições de segurança na Faixa de Gaza para decidir se vai retomar as viagens para levar itens de ajuda humanitária.
Joe Biden se pronuncia sobre o incidente
Joe Biden, disse na terça-feira que está indignado com a morte de sete trabalhadores da World Central Kitchen. Um americano estava entre as vítimas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu que os trabalhadores foram mortos pelo Exército israelense, mas de forma não intencional. (Leia mais abaixo) A equipe da ONG do chef espanhol José Andrés, famoso nos EUA, havia acabado de levar uma carga de alimentos ao território palestino horas antes do bombardeio.
O presidente dos EUA disse que as mortes não são um incidente isolado e afirmou que os funcionários da ONG ‘foram corajosos e altruístas e suas mortes são uma tragédia’. Em fevereiro, mais de cem pessoas morreram durante distribuição de comida e ajuda humanitária na região.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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