Clarinha, atropelada em 2000, está no Hospital da Polícia Militar com lesão cerebral. Família reserva unidade, faz exames pela doença no hospital.
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Um paciente que permaneceu por quase 24 anos internado em estado vegetativo e cuja identidade não foi revelada faleceu nesta quinta-feira (24) em Vitória (ES). Conhecido no hospital como João, ele sofreu um acidente de carro em outubro de 1998 e desde então não apresentou melhoras em seu quadro de saúde. Sem conseguir recuperar a consciência, João era acompanhado diariamente por uma equipe de profissionais da saúde.
Apesar de todos os esforços, o paciente permaneceu doente e não houve progressos em seu tratamento após todos esses anos. A equipe médica tentou diferentes abordagens, mas infelizmente não foi possível reverter o estado de saúde de João. A família, que nunca foi localizada, fez visitas esporádicas ao longo dos anos, porém a identidade e histórico do paciente são um mistério até o presente momento.
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Detalhes sobre o paciente internado no Hospital da Polícia Militar
Ela chegou em estado de coma e permaneceu assim até o momento de seu falecimento’, relata o médico e coronel aposentado Jorge Potratz, responsável pelos cuidados da paciente na instituição por 23 anos. Durante 17 anos, ele foi o responsável direto pelos cuidados prestados no hospital.
Nos últimos seis anos, já em situação de reserva, Potratz continuou orientando a equipe no tratamento da paciente, conhecida como Clarinha devido à tonalidade de sua pele. ‘Ela era completamente dependente, precisando de ajuda em todas as atividades diárias’, destaca o médico. Além da lesão cerebral, a paciente nunca apresentou nenhuma doença durante sua permanência no hospital.
Cuidados especiais e momentos finais
Nesta manhã, a paciente apresentou vômitos seguidos de broncoaspiração, complicações que culminaram em seu falecimento no período noturno. O coronel, casado e com filhos, compartilha que, com o passar do tempo, Clarinha se tornou parte da família, recebendo cuidados e atenção constantes. ‘Comecei comprando itens de higiene, fraldas e, sempre que possível, levava algo especial para o seu quarto’, relembra.
O médico estima que a paciente tinha entre 47 e 48 anos de idade – ou entre 23 e 24 anos na época do acidente. ‘Durante esse período, surgiram algumas famílias alegando que Clarinha poderia ser um ente desaparecido. No entanto, exames foram realizados e essa possibilidade foi descartada’, relata Potratz.
Procedimentos e encaminhamentos pós-morte
O corpo de Clarinha foi encaminhado para o DML (Departamento Médico Legal) conforme nota divulgada pela Polícia Militar. ‘A Diretoria de Saúde da PMES está em contato com os médicos responsáveis pelo acompanhamento da paciente, assim como com o Ministério Público, para providenciar as medidas necessárias para seu sepultamento, uma vez que ela não possuía documentação de identificação’, informa a corporação.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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