Se concretizada, a compra da International Paper por Suzano geraria receita superior a US$ 27 bilhões, ampliando sua internationalização na indústria de embalagens e papelão ondulado. Negociações avançam com oferta e proposta de aquisição definidos. Barreiras e desafios precisam ser superados, data prevista para acordo: instalações de produção, carteira de clientes e reciclagem incluídas.
Em fevereiro, surgiram rumores de que a International Paper estaria interessada em expandir seu mercado, considerando uma possível compra de terras para novas operações no Brasil. Essa movimentação pode representar uma guinada estratégica no setor de papel e celulose no país, com potencial impacto nas dinâmicas do mercado. A concorrência entre as gigantes do setor promete esquentar nos próximos meses.
Porém, diante do cenário atual de instabilidade econômica, é importante considerar se uma transação desse porte seria inapplicável no momento. A cautela e a análise cuidadosa dos riscos e oportunidades se tornam essenciais em meio a um contexto tão desafiador. A International Paper terá que ponderar cuidadosamente cada passo nessa possível expansão e avaliar a viabilidade de uma compra estratégica no mercado brasileiro.
Proposta de Aquisição da International Paper pela Suzano
A compra da International Paper pela Suzano parece estar ganhando destaque no cenário internacional. Segundo uma matéria divulgada pela agência Reuters, a Suzano teria apresentado uma oferta significativa de quase US$ 15 bilhões para adquirir a International Paper. Essa proposta verbal, feita ao Conselho de Administração da empresa americana, sugere um pagamento de US$ 42 por ação em dinheiro.
A incerteza paira sobre o mercado em relação ao valor da oferta, com algumas expectativas de que a Suzano possa aumentar a quantia original. Um gestor investidor na ação SUZB3 expressa preocupação com a demora da Suzano em divulgar informações relevantes sobre a transação em potencial. Porém, a agência Reuters destaca que há uma tendência de rejeição da oferta feita pela Suzano.
A recusa da International Paper pode estar associada, em parte, à condição imposta pela Suzano de suspender a aquisição da britânica DS Smith, operação que a International Paper anunciou em abril por US$ 7,2 bilhões. A concretização do acordo entre as empresas enfrentaria desafios, mas poderia se concretizar quatro anos após a venda das operações da International Paper no Brasil para a Klabin.
Além de marcar a expansão da Suzano na indústria de embalagens e papelão ondulado, essa compra criaria uma potência no setor de papel, celulose e embalagens. A combinação das operações resultaria em uma receita combinada de mais de US$ 27 bilhões, com um volume de vendas total de 27,1 milhões de toneladas em embalagens.
A nova empresa projetaria um Ebitda entre R$ 30 bilhões (US$ 5,9 bilhões) e R$ 40 bilhões (US$ 7,9 bilhões), negociando com um EV/Ebitda de 6 vezes. Considerando os valuations atuais, o valor de mercado combinado ultrapassaria os US$ 26 bilhões.
Em termos de produção, o grupo resultante contaria com 34 fábricas de celulose, papel e embalagens, com um acréscimo significativo de 28 unidades da International Paper, além de 200 unidades de conversão de papelão e 18 de reciclagem. A International Paper, com presença em mais de 10 países, atende a uma base de clientes superior a 21 mil.
Atualmente, a Suzano mantém escritórios na China e expande sua presença nos EUA, Suíça, Argentina e Áustria. Analistas do BTG manifestam dúvidas e preocupações sobre os possíveis benefícios dessa aquisição, sugerindo que o movimento visaria mais a internacionalização da empresa em termos de produto e localização geográfica.
Apesar das incertezas, a reação do mercado foi ambígua. Na B3, as ações da Suzano encerraram em baixa de 12,27%, enquanto as da International Paper em Nova York fecharam com alta de 5,20%. O desfecho dessa negociação bilionária é aguardado com expectativa pelo setor e pelos investidores atentos ao desenrolar dos acontecimentos.
Fonte: @ NEO FEED
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