Relatório da S&P Global Ratings aponta 29 defaults corporativos no primeiro bimestre, impulsionados por eventos na Europa e juros altos.
O aumento dos juros e da inflação global tem impulsionado o crescimento dos defaults corporativos nos últimos meses. As empresas estão enfrentando dificuldades financeiras diante do cenário econômico desafiador, resultando em um aumento significativo nos calotes. Um relatório da S&P Global Ratings apontou que os defaults corporativos atingiram um nível alarmante neste first trimestre, refletindo a instabilidade do mercado.
Os calotes corporativos têm preocupado investidores e analistas, que temem as consequências para a economia global. A escalada dos defaults corporativos pode desencadear uma crise financeira de grandes proporções, impactando não só as empresas, mas também os mercados acionários e a economia como um todo. Neste contexto, é fundamental monitorar de perto a evolução dos calotes corporativos e adotar medidas preventivas para mitigar os riscos associados a essa tendência negativa.
Defaults Corporativos e Calotes Corporativos em Destaque
Segundo o relatório divulgado recentemente, a quantidade de defaults corporativos atingiu a marca de 29 entre janeiro e fevereiro, com um total de 14 eventos de crédito em janeiro e 15 em fevereiro. O país que liderou a estatística foi os Estados Unidos, com um total de 17 calotes, porém a Europa apresentou um crescimento significativo na quantidade de defaults quando comparado ao mesmo período do ano anterior – o número de eventos de crédito aumentou de três para oito.
Defaults Corporativos na Europa e nos Estados Unidos
Com o registro de oito defaults no ano de 2024 até o momento, a Europa acumula pelo menos duas vezes mais calotes do que em qualquer outro ano desde 2008, conforme destacado em trecho do relatório emitido pela S&P Global Ratings, conforme informações obtidas pelo site Marketwatch.
A agência de classificação de riscos salienta que o ritmo lento da economia europeia tem colaborado para a atual situação, que tende a se estender até o final do ano, especialmente considerando o alto número de empresas com baixos ratings. De acordo com o relatório, existe a expectativa de que a taxa de default na região se estabilize em torno de 3,5% até dezembro.
O Combate aos Calotes Corporativos na Europa e nos Estados Unidos
Tanto os Estados Unidos quanto a Europa enfrentam um momento de aperto monetário para conter o surto inflacionário decorrente dos estímulos econômicos fornecidos durante e após a pandemia. A taxa de juros de referência na zona do euro atingiu a marca de 4% ao ano, sendo a mais elevada desde a adoção do euro em 1999. Já no Reino Unido, os juros se encontram em 5,25%.
O principal objetivo das autoridades monetárias de ambos os blocos econômicos é trazer a inflação para um nível próximo da meta de 2% ao ano. Em janeiro, a inflação anual na União Europeia chegou a 2,8%, enquanto no Reino Unido permaneceu em 4% em termos anuais. A consequência disso é a desaceleração no ritmo de crescimento econômico.
A zona do euro enfrentou um momento crítico quando quase entrou em recessão, após permanecer estável no quarto trimestre e sofrer uma queda de 0,1% no terceiro trimestre. Já o PIB da União Europeia permaneceu estável nos últimos três meses do ano anterior. Enquanto isso, a economia britânica não conseguiu escapar da recessão, apresentando uma contração de 0,1% no terceiro trimestre e uma redução de 0,3% no quarto trimestre.
Defaults Fora dos Estados Unidos e Europa
Além dos Estados Unidos e da Europa, outras regiões do mundo também enfrentam problemas de calotes corporativos. Quatro empresas já deram calote em suas dívidas desde o início deste ano, conforme informações da S&P Global Ratings. Entre as empresas em destaque estão a canadense Avison Young, atuante no setor imobiliário, e a argentina CLISA, especializada em serviços de infraestrutura. Ambas entraram em default no mês de fevereiro.
Em suma, o cenário de defaults corporativos em diversos países vem chamando a atenção das autoridades monetárias e do mercado financeiro, que buscam estratégias para conter os impactos negativos dessas situações nos cenários econômicos locais e globais.
Fonte: @ NEO FEED
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