Participantes da Conferência discutiram os desafios para promover um ensino superior mais igualitário na América Latina e Caribe, analisando questões como integração regional, financiamento público e autonomia universitária.
No segundo encontro da Conferência Regional de Educação Superior (CRES+5), que aconteceu nesta quinta-feira, 14 de março, houve discussões acerca da integração regional da América Latina e Caribe, destacando a importância de se construir uma educação superior mais inclusiva e equitativa.
Além disso, foi abordado o papel do ensino superior na promoção do desenvolvimento sustentável, ressaltando a necessidade de repensar o modelo de educação vigente para atender às demandas sociais e econômicas da atualidade. É fundamental buscar alternativas inovadoras que possam garantir o acesso de todos à educação superior, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Reflexões sobre os Desafios da Educação Superior
Nas reuniões setoriais, seis eixos temáticos foram analisados, incluindo a precarização da profissão de professor, os efeitos da covid-19 na educação superior, mulheres na educação, financiamento e governança, autonomia das universidades e o futuro da educação na América Latina e Caribe.
Os debates ressaltaram a importância de integrar regionalmente as políticas de ensino superior para promover um ensino superior mais igualitário. Além disso, enfatizaram a necessidade de melhorar as condições de trabalho e remuneração dos profissionais de educação para garantir a qualidade do ensino.
Os participantes destacaram a relevância de combater a discriminação e ameaças enfrentadas pelas mulheres na educação, visando garantir um ambiente de trabalho mais inclusivo.
A questão da autonomia das instituições de ensino superior também foi abordada, ressaltando a importância do financiamento público para promover mudanças reais no modelo de educação superior da região.
O subsecretário de Educação Superior do Chile enfatizou que o mercado não deve ser a principal motivação para o ensino superior, mas sim o direito à educação. Ele destacou a necessidade de um financiamento mais moderno para promover a integração entre o desenvolvimento produtivo e o conhecimento.
O futuro da educação na América Latina e Caribe está intrinsecamente ligado à garantia do direito à educação e à promoção de um ensino superior como um bem fundamentalmente público, não mercantilizado.
Inovação na Educação Superior
A professora Nilma Lino Gomes ressaltou a importância de um modelo de educação superior que inclua os conhecimentos e saberes de diversos grupos sociais, como lideranças indígenas e afro-latino-americanas. Ela destacou a necessidade de um ambiente democrático para promover a diversidade e a inclusão no ensino superior.
Gomes enfatizou que, apesar dos desafios, é possível construir um modelo de educação superior diferenciado que respeite as diferentes perspectivas e tradições culturais.
É fundamental promover a igualdade de gênero e a diversidade étnica no ensino superior, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e representadas.
A RedPES, nova instância de formulação de políticas de educação superior, representa um avanço na integração regional e colaboração entre os sistemas de ensino superior da América Latina e Caribe.
O hub de políticas de educação superior da UNESCO-IESALC oferece recursos e ferramentas para os formuladores de políticas, visando promover a troca de experiências e boas práticas entre os países da região.
Perspectivas para o Futuro da Educação Superior
O encerramento da CRES+5 marca um novo momento para a construção de um modelo de educação superior mais inclusivo e integrado na América Latina e Caribe.
O Fórum de Políticas de Educação Superior reúne os participantes para a redação do documento final do encontro, com propostas para avançar na construção de um novo modelo de educação superior para a região.
A colaboração e integração regional são fundamentais para promover o desenvolvimento sustentável e a igualdade de oportunidades no ensino superior na América Latina e Caribe.
A educação superior deve ser vista como um bem público, não mercantilizado, garantindo o acesso equitativo e a qualidade do ensino para todos os cidadãos da região.
Fonte: © MEC GOV.br
Comentários sobre este artigo